Marcela Cantuária

Artista brasileira, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Desenvolve pinturas que entrelaçam imagens históricas advindas do universo da política a representações da cultura visual contemporânea. Parte de suas invenções pictóricas advém de sua pesquisa sobre as lutas travadas por mulheres ao redor do mundo. Cantuária elabora narrativas de enfrentamentos a sociedade estruturada no machismo e na misoginia, e assim cria um vocabulário plástico-formal cujas particularidades são coesas com seu processo criativo, com sua paleta cromática e com as articulações que surgem das camadas abertas e latentes de suas tintas. Retomando fatos sociais recorrentemente rasurados pela história, seu corpo de trabalho busca dialogar com questões sobre o protagonismo político feminino, a luta de classes, a divisão de poderes, os estereótipos de gêneros e as disputas de sentidos políticos. Nas telas de Marcela, frames de filmes, imagens midiáticas e jornalísticas, miscelâneas figurativas do inconsciente e registros fotográficos do cotidiano compõem corpos de mulheres, militares, paisagens em chamas, animais domésticos e feras selvagens. Essas imagens são integradas em planos cruzados e anacrônicos, de maneira similar ao sistema de rotatividade de imagens típico das redes virtuais de comunicação, refletindo como nossas mentes processam essas informações.

Marcela Cantuária é bacharel em Pintura pela Escola de Belas Artes da UFRJ. Em 2024, inaugurou a exposição individual “Transmutação: alquimia e resistência”, no Paço Imperial, no Rio de Janeiro. Em 2023 realizou “O Sonho Sulamericano”, mostra individual no Pérez Art Museum Miami, e “Bestiário”, sua primeira individual em Portugal. No mesmo ano, também participou da mostra “Ocultas Marés: Ana Silva & Marcela Cantuária”, n’A Gentil Carioca São Paulo. Também participou das residências L’AiR Arts na França e Bordallo Pinheiro em Portugal. Em 2022, apresentou as individuais “Propostas de reencantamento” no SESC Pompeia, em São Paulo, e “invocación del pasado a la velocidad del ahora” no CentroCentro, em Madrid. Além disso, participou da residência Fountainhead em Miami. Em 2021, apresentou “Esperança Equilibrista” na Caixa de Pandora, São Paulo, e em  2020, “Figurar o impossível” no Palácio das Artes, Belo Horizonte. Em 2019 apresentou, na galeria A Gentil Carioca, a individual “La Larga Noche de los 500 años”, mesmo ano em que realizou a individual “Suturar, Libertar”, no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica. Também participou das coletivas “Histórias Feministas”, no MASP, em São Paulo, e “Estratégias do Feminino” no Farol Santander em Porto Alegre. Sua obra integra os acervos do Museu de Arte do Rio (MAR), do Museu da Maré, do Museu de Arte de São Paulo (MASP) e da Pinacoteca do Estado de São Paulo.