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Um convite ao debate sobre um tempo de utopias possíveis, sonhos e necessidades de experimentar ideias perdidas na tradução. Nada nasce só, tais experiências ainda não realizadas reinauguram a relação entre real e uma outra forma de ver a realidade, ou de descobrir modos de a transformar.
Forças que se aliam e se conflitam nas transformações sociais e culturais dos espaços de desejo, limbo e criação.
Silêncio.
Aquele mundo se foi. Não estamos improdutivos, são os resquícios de um padrão ultrapassado, aquele que costumávamos viver alguns meses atrás. Devaneios e delírios, sensações agridoces de se separar dos que bem queremos, sem saber se os voltaremos a ver novamente. Agora lembramos, a conexão humana é algo e tanto, aquela velha troca que a humanidade tinha a oferecer, a beleza de ir aos lugares, encontrar pessoas, trocar impressões.
Hoje estamos em suspensão. O mundo desaba em escombros, imagina se isso é tudo que a vida tem a dar.
O que nos aconteceria se um vírus nos arrebatasse, se prolongasse em disseminação por um ano ou mais?
Vivemos a força da dúvida.
A polarização entre certos e errados opera em um circuito próprio e por mais clichê que possa parecer, a alternância frenética de informações nos gera conflitos mas traz mais percepções das novas realidades… E possibilidades... Aprendemos mais sobre nós mesmos.
Adentramos um túnel desolador. Antigas estalactites ameaçam cair sobre nossas cabeças, ferindo, apagando as memórias que insistem em apontar caminhos inócuos e sem sentidos. No entanto, caminhamos. Afunilamos túnel a dentro. A neblina de Tarkovsky nos lembra os falsos passos, sem direção exata. Estamos em um conflito entre o que realmente procuramos e aquilo que mais sentimos falta.
Ideias são perguntas para o futuro?
Lost In Translation retira o falso véu que encobre a realidade, as (in)visibilidades históricas, sociais, políticas e estéticas do outrora denominado progresso. Se perder nas traduções é um desafio em busca de pontos de equilíbrio.
Ousadia e experimentação.
Ouvimos a reverberação das vozes e sentimos.
Tentamos. Fracassamos. Não nos importamos. Tentamos outra vez. Erramos outra vez. Erramos melhor, como em Becket e o estranho senso do absurdo literal. Agora buscamos, urgentemente em desatino, outras dinâmicas para o cotidiano, não basta saber que a terra é azul como nos disse Iuri Gagarin e apenas viver o retrato ideal.
Literal demais é o exercício de aceitar o amanhã.
É luta o exercício de adiar o fim do mundo, contando mais e mais e mais uma história, como nos ensina Ailton Krenak.
Provocar a ampliação de nossos horizontes existenciais, enriquecer nossas subjetividades e reinventar nossos ares, sopro da direção. Cabe em nossos mundos, largas criatividades em distintos paraquedas coloridos e gostamos de viajar junts.
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Lost in Translation
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