O livro Arjan Martins apresenta um extenso panorama da trajetória deste pintor carioca. Em sua obra, o artista dialoga com a tradição moderna da pintura ocidental, incorporando uma narrativa e um repertório visual afro-brasileiros. Os rostos de suas figuras negras são muitas vezes borrados de tinta e de pinceladas aflitas e elegantes. Ao mesmo tempo em que remetem a uma identidade rasurada, traduzem esta negação da imagem/identidade com gestos que multiplicam as direções expressivas contidas na forma. As imagens de imigrantes e descendentes africanos são parte fundamental do repertório do artista, mostrando-os em ações cotidianas, que trazem questões eminentes a serem discutidas: herança colonial, identidade étnica, negritude, segregação, invisibilidade. Seus trabalhos percorrem também cartografias, que chegam como elementos significativos do período histórico das navegações. A obra de Arjan Martins já foi apresentada em várias das instituições mais importantes do Brasil, além de ter sido exposta em importantes bienais pelo mundo, como a Bienal de Dakar e a Bienal do Mercosul.
“Nem raiz nem rizoma, a linguagem de Arjan Martins é travessia e oceano.” – Paulo Miyada
A publicação apresenta mais de 100 obras do artista, além de um ensaio do organizador do livro, Paulo Miyada, hoje curador do Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, outro do crítico e historiador de arte Michael Asbury, e ainda uma entrevista feita com o Arjan Martins pela historiadora Raquel Barreto.