Balé Literal é uma ferramenta de resistência poética, uma dança-exposição transformada em organismo vivo. Trata-se de um movimento constituído por um repertório variado de objetos-obras penduradas, acionados por um grupo de pessoas orquestrado pela artista plástica brasileira Laura Lima (Minas Gerais, 1971). Balé porque é um convite a uma dança comunitária. Literal porque subverte o sentido das coisas, mobilizando a ambivalência subversiva do poético. Concebido como um modo de encontro ativado coletivamente, Balé Literal é uma coreografia de palavras, objetos e pessoas que se movem juntos ao ritmo de nossos tempos errantes.
Balé Literal foi apresentado inicialmente em uma noite de junho de 2019, em um cruzamento de rua em frente à galeria A Gentil Carioca, no Rio de Janeiro. A atual apresentação, com curadoria da Diretora do MACBA, Elvira Dyangani Ose (Córdoba, 1974), é a primeira vez que a peça é concebida para um museu. Enquanto um grande espaço central abriga o palco para seu mecanismo coreográfico, o espaço adjacente funciona como um depósito nos bastidores – um repositório de artefatos prontos para serem movidos para a dança.
Atrás das cortinas, duas equipes acionam a mecatrônica do balé e penduram objetos-obras em cordas, que o público pode observar de janelas recortadas na parede que separa a galeria do átrio. O movimento é impulsionado pela pedalada de duas bicicletas, evocando o movimento de um tear. Com trilha sonora de Ana Frango Elétrico, design de iluminação de Andrea Capella, reengenharia de Yoann Saura e colaboração de Hangar, cada ensaio dessa coreografia transmídia é uma performance única.
Balé Literal é uma exposição-dança, uma retrospectiva em movimento de Laura Lima. Crítica poética da exposição retrospectiva, esse repertório de artefatos dançantes anima conceitos desenvolvidos pela artista ao longo de três décadas. Pinturas, tecidos, máscaras, cartazes, poemas, discos voadores, astronautas, guarda-chuvas e outros seres diversos fazem parte desta dança ritual, que nos convida a praticar novas formas de ver e mover-nos no museu. “Se você se move de forma diferente, você pensa de forma diferente”, diz Lima.
A ativação do Balé Literal envolve o processo diário de pendurar, juntar e mobilizar os objetos.
Horário de ativação
Segunda, quinta e sexta-feira: 12h às 18h
Quarta-feira: 15h30
às 18h Sábado: 12h às 19h
Domingo: 11h30 às 14h30
