Abre Alas 16
André Niemeyer, Andréa Hygino, Darks Miranda, Fátima Aguiar, Gilson Andrade, Juliana dos Santos, Leka Mendes, m. morani, max wíllà moraes, Mulambo, Nathalia Favaro, Reitchel Komch, Val Souza, Yan Copelli
Curadoria de Keyna Eleison, Pablo León de La Barra, Yhuri Cruz
Em 2004, primeiro ano da galeria, Márcio Botner, Laura Lima e Ernesto Neto, artistas idealizadores da A Gentil Carioca, perceberam que tinham um tesouro em mãos: cerca de 200 portfólios recebidos de artistas de todo o Brasil. Com isto, eles decidiram aproveitar todo este material em uma exposição que acontece desde 2005 — na semana que antecede o carnaval, inaugurando o calendário anual de exposições da galeria.
O nome Abre Alas remete ao carro que inaugura o desfile das escolas de Samba. O projeto é uma exposição que nasceu com o intuito de abrir espaço para jovens artistas. Com o tempo, a exposição passou a incluir a participação de artistas do mundo todo. A Gentil Carioca funciona como uma vitrine e se alegra ao ver que os artistas apresentados no projeto seguem seu caminho fazendo parte dessa rede maior.
Neste ano, tivemos um recorde de seiscentos e onze inscrições, dos quais xs 14 selecionadxs pela curadoria de Keyna Eleison, Pablo León de La Barra e Yhuri Cruz, são de diversas regiões do Brasil.
Considerando as dezesseis edições, o Abre Alas contou com a participação de mais de 100 novos artistas brasileiros e estrangeiros, como por exemplo: Amanda Mei, Arjan Martins, Bárbara Wagner, Bernardo Ramalho, Brenda Valansi, Camila Soato, Daniel Steegmann, Gabriela Mureb, Guga Ferraz, Jaime Lauriano, Maria Laet, Maria Nepomuceno, Maxwell Alexandre, Mulambo, Rafael Adorján, Rodrigo Torres, entre outros.
Muitos curadores e artistas participaram da comissão de seleção, dentre eles, Adriana Varejão, Alexandre Vogler, Alexandre Sá, Assume Vivid Astro Focus, Beatriz Lemos, Bernardo Mosqueira, Cabelo, Clarissa Diniz, Felipe Scovino, João Modé, Livia Flores, Marta Mestre, Michelle Sommer, Pablo León de la Barra e Ulisses Carrilho.
Foi convocada uma COMISSÃO DA FRENTE para salvar um carnaval
Para seguir sem olhar para trás,
Ainda que o passado nos persiga
(como atravessar a avenida do passado?)
Que comece pela destruição,
e que seja interna, de dentro da bateria, do ritmo,
que ela venha com a percepção dos olhos escuros,
com algo que nunca foi visto.
"Como podemos ver sem arrancar e perceber sem assimilar?"
Mais do que convidar, mais do que aceitar, mais do que admitir, mais que se redimir, mais que saber do privilégio, mais do que citar paridades. É necessário fazer parte, percebendo a ignorância. A ignorância da festa.
"O que não se pode ver, saber e ainda assim negar?"
Que os corpos são múltiplos e múltipla é a inteligência. Que o que é coletivo pode ser estrutural, e o que é estrutural pode ser refeito por dentro e por fora. A inteligência do ritmo.
"E quem está dentro então?"
Aqui dentro batucam artistas, fazendo sua arte para nós - o público. E que seja assim, que as categorias sejam das inteligências, das linguagens das vistas de perto. Nem dentro nem fora, a linguagem do próximo.
Uma exposição coletiva pensada como alas cheias de escolas. É para ser levada a sério, é para ser vista muitas vezes, é para contar para todas as pessoas, é para star com todas as pessoas, é para perceber que tem alguém ali que não estava antes.
E é para ser arte.
É para ser avenida.
E cada nome deve ser dito em voz alta:
André Niemeyer
Andréa Hygino
Darks Miranda
Fátima Aguiar
Gilson Andrade
Juliana dos Santos
Leka Mendes
m. morani
max wíllà moraes
Mulambo
Nathalia Favaro
Reitchel Komch
Val Souza
Yan Copelli
10! 10! 10!
(Mas, no fim, quem salva um carnaval?)
Texto e curadoria (e muitos encontros) de Keyna Eleison, Pablo Leon de La Barra e Yhuri Cruz