Parede Gentil 42 – Jarbas Lopes "Sindicato único dadá humanidade"

21 Sep 2024 Rio de Janeiro
Overview

No dia 21 de setembro de 2024, A Gentil Carioca inaugurou, na sede do Rio de Janeiro, as edições de número 42 e 43 do projeto Parede Gentil. Para esta edição, o projeto contemplou a concepção de duas obras: Sindicato único dadá humanidade, de Jarbas Lopes, e Refrão (Minha Letra), de Cabelo, cada uma ocupando uma das paredes situadas na encruzilhada.

 

Escute a audiodescrição do projeto:

 

Jarbas Lopes – "Sindicato único dadá humanidade"

 

 

"Qual o valor de todo o  nosso patrimônio cultural, se a experiência não mais o vincula a nós?" (Walter Benjamin)

 

 

Vivendo no novo século a esperança da voltar a viver os ciclos. 

 

No mito da repetição, quebramos o relógio, o ponteiro do agora é um pêndulo.

 

De dia claro, de noite escuro e o desejo que seja assim.

Amanhã não vamos trabalhar, o acordo: o acordar sobre o desejo.

 

Pendula o ponteiro, oscila por cada marca-hora como uma escultura de pequenos fragmentos, miniaturas do mundo, ampliadas no espaço de uma concepção de tempo. Alegoria, parede, plano, barreira, pronta para a demolição e ruina.

 

Mural relevo, nas bases da tradição mexicana de mural, reivindicando, na organização dos trabalhadores  e /ou  não trabalhadores atuais, a reflexão e acertos nos recentes parâmetros do sistema capitalista, contemplados através do reconhecimento de que todas as conquistas foram, são, alcançadas e realizadas pelo esforço coletivo.

 

Parou o tempo, quebrou o relógio na volta do tempo natural, urge um sindicalismo atual para uma sociedade dadá, a anti-arte diante do anti-capitalismo, mudando os rumos dominantes da cultura de barbáries na celebração dos ganhos comuns, anterior e após a técnica, no desenvolvimento das redes sociais eletrônicas livres, no fluxo do capital livre, na humanidade livre ao largo alcance de relações do empenho mutuo, para serem divididos pela igualdade de direitos humanos.

 

Exercer denunciações: visuais e conceituais, direto ao ponto critico do sistema social e financeiro capitalista nos seus meios de produção cultural. O fim das energias utópicas da sociedade do trabalho, acompanhado do fim da excessiva necessidade de gerar energia produtiva, que desorganiza e dificulta a natureza no sentido da vida.  

 

Desejar uma forma sindical, unida por toda humanidade, com uma prática por intensas trocas de encontros, apoiados em um sistema de plataforma digital. Que movimente e direcione recursos financeiros através das vias do fluxo de capital, para experiências estéticas e conceituais, com reflexões em redes de pensadores independentes em todas as áreas.

 

Por uma conduta baseada na justiça das leis vigentes e/ou que podem ser criadas, acompanhada por uma força coletiva de justiça, em busca de que o principio das leis seja para garantir a vida justa a toda humanidade e não humanidade.

 

Os sindicalistas estão chegando, trazendo o tempo do agora.

 

A ocorrência da sociedade de inovações tecnológicas, cada vez mais elaboradas, dentro de uma estrutura social conduzida pela dinâmica do afeto e da subjetividade humana, e não ao contrário, para Zerar a enorme discrepância entre o potencial que a sociedade dispõe para atender as demandas sociais e a situação precária da imensa maioria das pessoas, seja essa material e/ou imaterial.

 

“Temos tudo para nos saciar e como prova apresento a alegria do Saci.” (cicloviaérea, 2001)