-
Artworks
Marcela Cantuária (Rio de Janeiro, 1991)
Artista brasileira, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Desenvolve pinturas que entrelaçam imagens históricas advindas do universo da política a representações da cultura visual contemporânea. Parte de suas invenções pictóricas advém de sua pesquisa sobre as lutas travadas por mulheres ao redor do mundo, como a obra Sônia, que homenageia uma guerrilheira comunista ribeirinha morta por militares na região do Araguaia, durante o primeiro golpe militar do Brasil em 1964. Cantuária elabora narrativas de enfrentamentos a sociedade estruturada no machismo e na misoginia, e assim cria seus vocábulos cujas particularidades são coesas com seu processo criativo, com sua paleta cromática e com as articulações que surgem das camadas abertas e latentes de suas tintas. As influências se espalham em uma combinação curiosa, as obras são reconexões com fatos sociais recorrentemente diminuídos, apagados ou mal tratados pela história, portanto seu corpo de trabalho busca dialogar com questões sobre a posição da mulher na sociedade, a luta de classes, a divisão de poderes, os estereótipos de gêneros e as disputas de sentidos políticos. Frames de filmes, imagens midiáticas e jornalísticas, miscelâneas figurativas do inconsciente e registros fotográficos do cotidiano figuram corpos de mulheres, militares, paisagens em chamas, animais domésticos e feras selvagens nas telas de Marcela, integrados em planos cruzados e anacrônicos, circulares e confusos, como o sistema de rotatividade de imagens, típico das redes virtuais de comunicação, age em nossas mentes.
Brazilian artist, lives and works in Rio de Janeiro. Marcela develops paintings that intertwine historical images from the universe of politics to representations of contemporary visual culture. Part of her pictorial inventions comes from a research on the struggles waged by women around the world, such as the work Sônia, which pays homage to a riverside communist guerrilla woman killed by military agents in the Araguaia region, during Brazil's first military coup in 1964. Cantuária elaborates confrontations narratives for a society structured in sexism and misogyny, thus creating her own vocabulary, whose particularities are cohesive with the creative process, the chromatic palette and the articulations that emerge from the open and latent layers of her paintings. Influences spread in a curious combination, the works are reconnections with social facts that have been repeatedly diminished, erased or badly treated by history, so her body of work seeks to dialogue with questions about the position of women in society, class struggle, division of powers, gender stereotypes and disputes over political meanings. Film frames, media and journalistic images, figurative miscellany of the unconscious and daily photographic records depict women's bodies, soldiers, burning landscapes, domestic animals and wild beasts integrate Marcela's canvases in an intercrossed and anachronistic plan, circular and confusing, like the contemporary image rotational system, typical of how virtual communication networks play mindsets.