José Bento
De pequenas contradições ou de argumentos muito bem amarrados, José Bento extrai a força de sua obra.
– Rodrigo Moura, 2008
Artista plástico brasileiro, vive e trabalha na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais. Marcado pela natureza de seus troncos entalhados e repousados uns sobre os outros, Bento trabalha desde os anos 80 na interseção entre materiais típicos da escultura como a madeira e o metal, mas também alça voos através das imagens em movimento, da fotografia do desenho, além de crias diálogos com a arquitetura por meio de silenciosas intervenções, de construções e desconstruções de objetos, instalações interativas e performances, utilizando principalmente materiais como a madeira — comumente oriunda de reformas e demolições —, a porcelana e o vidro. O domínio do material é a primeira preocupação de José Bento, que busca uma harmonia entre a rigidez e os movimentos dos veios da madeira.
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Artista plástico brasileiro, vive e trabalha na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais. Marcado pela natureza de seus troncos entalhados e repousados uns sobre os outros, Bento trabalha desde os anos 80 na interseção entre materiais típicos da escultura como a madeira e o metal, mas também alça voos através das imagens em movimento, da fotografia e do desenho, para além a criar diálogos com a arquitetura por meio de intervenções silenciosas, construção e desconstrução de objetos, instalações interativas e performances, utilizando principalmente materiais como madeira - comumente de reformas e demolições -, porcelana e vidro. O domínio do material é a primeira preocupação de José, que busca uma harmonia entre a rigidez e os movimentos dos veios da madeira. O volume e o equilíbrio que o interessam na escultura, seu campo de ofício, também envolvem um traço pictórico e uma intervenção espaço-temporal como fonte de pesquisa. Como exemplo, temos sua produção dos anos 90, em Belo Horizonte, onde após sua primeira individual, iniciou a discussão da relação entre planos bi e tridimensionais a partir de modelos e objetos construídos com palitos de picolé; na Casa Guignard, em Ouro Preto, abordou as questões que envolvem os materiais de sua produção artística, apresentando esculturas feitas com troncos de árvores seculares da Mata Atlântica tombadas pelo patrimônio histórico e, em 2000, apresenta a obra Chão, um site specific em que o material se sobrepõe a camadas de molas e simula uma experiência de instabilidade ao caminhar. Esta obra foi apresentada em 2016, na 32ª Bienal de São Paulo, ocupando uma área de 627 m2 do Pavilhão da Bienal. O artista relaciona o conjunto de sua obra a uma tentativa de intervir na história pertencente aos elementos que esculpe. “A morte e a vida funcionam no mesmo espaço, porque a parte de dentro da madeira deixa de existir. Se você procurar a palavra ‘madeira’ em qualquer dicionário, vai encontrar uma definição ligada a algo morto. A morte vem de dentro, do meio da madeira", explica Bento sobre sua obsessão com o material.
José Bento apresentou sua primeira individual em 1989 e recebeu o Prêmio Brasília de Artes Plásticas, logo depois no 12º Salão Nacional de Artes Plásticas, no Rio de Janeiro, 1992. Em 2022, participou da 13ª Bienal do Mercosul e da coletiva “A Trama da Terra que Treme”, n’A Gentil Carioca de São Paulo. Em 2019, participou da exposição coletiva “Brasil! Foco na Arte Brasileira Contemporânea”, no Museo Ettore Fico, em Turim, Itália. Em 2016 apresentou a obra “Chão” na 32ª Bienal de São Paulo; e de “Brasil, Beleza?!” no Beelden aan Zee Museum of Modern Sculpture, em Den Haag, Holanda. Em 2015, apresentou sua exposição individual “Chão de Estrelas”, n’A Gentil Carioca. Em 2014 foi o artista exibido na “Solo Presentation” d’A Gentil Carioca na Art Basel.
Suas obras integram as coleções da Pinacoteca do Estado de São Paulo, Itaú Cultural, São Paulo, Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte e Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro.